Home office

Eu recebi a seguinte pergunta do Ney, aqui de Porto Alegre:" Sílvia, eu sou estudante de arquitetura e já estou no final do curso, acompanho o teu blog e por isso sei que trabalhas em casa. Minha pergunta é: Este tipo de vida funciona, tem alguma regra para dar certo ou no final tudo vira um caos?
Ney, no começo da minha vida profissional jamais pensaria em trabalhar em casa, eram outros tempos  e nós (Paulo do blog urbanascidades e eu), tinhamos uma pequena loja de objetos de decoração no térreo de uma galeria comercial, na Av. Independência, e um escritório na sobre loja onde começamos a exercer a arquitetura.
A vida seguiu seu rumo, fechamos a loja e mudamos também de endereço, desta vez trabalhando somente com projetos e construções em centros profissionais atraídos pelo otimismo que previa grande progresso na construção civil.
Após uma década e na bagagem alguns prédios projetados e construídos, muitos percalços e crises na economia de nosso país, consideramos a possibilidade de seguir rumos diferentes: o Paulo prestando serviços, como arquiteto, para outras empresas e bancos privados e eu organizada num escritorio caseiro, trabalhando apenas com arquitetura de interiores mas tendo um sonho de nova mudança: comprar uma casa, ampliar nosso espaço de trabalho e ficar mais junto com nosso filho que havia nascido há poucos anos. A compra desta casa foi concretizada e após algumas mudanças na planta original conseguimos um escritório em casa, independente da vida familiar. E é daqui que começo a responder tuas dúvidas.
Trabalhar em casa é um dos assuntos em alta no momento.
Vejo como pontos positivos ser livre do trânsito e engarrafamentos, os  horários serem  livres e flexíveis, o contato maior com a família . 
 Em contrapartida, é preciso ter muita disciplina (hora certa para começar e terminar os serviços, não atender telefones na hora do almoço e janta, por exemplo), organização, limpeza e decoração do home office sempre em dia e  preparada para receber um cliente inesperado ou colega de profissão, investir em equipamentos de boa qualidade e recursos tecnológicos, estar sempre vestido para trabalhar porque se você desleixar a aparência invariavelmente em pouco tempo vai relaxar no serviço e nos prazos à cumprir.
Ampliando um pouco mais o assunto, sociologos estão também estudando, debatendo e formulando idéias de como ficarão os contratos e as relações de trabalho num futuro não muito distante.
Dentro deste tópico sito Ricardo Antunes, professor da Unicamp e especialista em sociologia do trabalho. Autor do livro Infoproletário – Degradação real do trabalho virtual (Ed. Boitempo),  diz que o expediente caseiro pode marcar a quebra de laços sociais e que “Transferir o trabalho produtivo para o ambiente doméstico é muito vantajoso para as empresas – que se isentam de um conjunto de benefícios ao trabalhador – cabe ao profissional tirar vantagem da situação”, afirma Antunes.
Quanto a mim, como arquiteta,  o espaço para escritório é presença obrigatória nos projetos arquitetônicos de casas e apartamentos que atualmente estou elaborando, já faz parte do programa de necessidades básica assim como cozinhas e banheiros estando atenta a ítens como iluminação, uso de materiais de fácil manutenção, mobiliário funcional criando assim espaços funcionais, aconchegantes, eficientes e livre de improvisos.
Aqui nesta residência, da Bel e do Laerte, o home office fica com acesso direto ao hall social,
O Laerte terá uma visão ampla e agradável de jardim e um espaço isolado para trabalhar e desenvolver suas idéias.
Acima, planta-baixa, do nosso (Paulo e Sílvia), home office. Temos uma vista do jardim e da rua o que garante a segurança da casa.
Alguns  fazem a instalação do home office e executam projetos ou grandes reformas, outros adaptam a casa com medidas mais simples.
Seja como for, ao meu ver, é possível tornar o ambiente profissional doméstico bem eficaz, se bem planejado tendo como condicionante principal seu isolamento dos demais ambientes da casa.

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